ATA DA NONA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 11.05.1995.

 


Aos onze dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e cinco reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e quinze minutos, constatada a existência de "quorum", a Senhora Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Aldo Flores Ferreira, de acordo com o Requerimento nº 30/94 (Processo nº 1384/94) de autoria do Vereador Airto Ferronato e aprovado pelo Plenário. Compuseram a Mesa: a Vereadora Clênia Maranhão, no Exercício da Presidência neste ato, o Senhor Aldo Flores Ferreira, homenageado e o Senhor Cezar Schirmer, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento. A seguir, a Senhora Presidente convidou todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional. A seguir, a Vereadora Clênia Maranhão, em nome das Bancadas do PMDB, PDT, PTB, PT, PPS, PP e PSDB, elogiou a atuação do Senhor Aldo Flores Ferreira pela causa de crianças e adolescentes desassistidos através do Instituto Espírita Amigo Germano, discorrendo sobre o merecimento do Título ora outorgado. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPR, teceu comentários sobre a atuação filantrópica do homenageado, acentuando a importância do apoio familiar sólido que Sua Senhoria recebeu ao longo de sua trajetória. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, destacou a grande relevância social do trabalho realizado junto às comunidades carentes pelo homenageado, ressaltando o espírito cristão que move Sua Senhoria em suas ações filantrópicas. A seguir, com todos em pé, a Vereadora Clênia Maranhão entregou o Diploma alusivo ao Título ora outorgado ao Senhor Aldo Flores Ferreira, concedendo, logo após, a palavra a Sua Senhoria que agradeceu por essa homenagem a todos os presentes e à Casa. A seguir, procedeu-se à apresentação do Coral Jardim Izabel, regido pelo Senhor Laércio de Faria e integrado por moradores da Zona Sul e adolescentes da Aldeia SOS e, logo após, a Senhora Presidente registrou a presença da Senhora Antoninha Flores Ferreira, esposa do homenageado e, também, registrou o recebimento de correspondência do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil. Às dezesseis horas e doze minutos, nada mais havendo a tratar, a Senhora Presidente declarou encerrados os trabalhos, agradecendo a presença de todos e convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Clênia Maranhão, nos termos regimentais e secretariados pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz. Do que eu, Clóvis Ilgenfritz, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Boa tarde, Senhoras e Senhores. Estamos, neste momento, dando início à Sessão Solene destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Aldo Flores Ferreira, atendendo ao Requerimento nº 30/94, proposto pelo Ver. Airto Ferronato.

Já estão compondo a Mesa o Sr. Aldo Flores Ferreira, nosso homenageado desta tarde; a Sra. Antonieta Pontes Ferreira e o Exmo. Sr. Deputado Cezar Schirmer, Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento.

Neste momento, convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

Vou, inicialmente, fazer uma saudação ao nosso homenageado desta tarde, falando em nome das Bancadas do PMDB, meu partido, do PDT, do PTB, do PT, do PPS, do PSDB e do PP.

Queria dizer ao Sr. Aldo Flores Ferreira e a todos os presentes que para mim é uma honra muito grande a delegação que me foi dada pelo Presidente desta Casa, Ver. Airto Ferronato, proponente da homenagem, porque tive, assim como ele, a mesma idéia. Queria confessar que a idéia da homenagem que eu havia sugerido tinha-se originado de uma conversa, de uma avaliação que fazia junto ao Dep. Cezar Schirmer, que é conhecedor da sua obra, do seu trabalho e da sua abnegação, e trazia até nós um relato minucioso da sua experiência. Impossibilitada por questões regimentais, tendo em vista haver colocado anteriormente uma outra indicação, descobri que o Ver. Airto Ferronato, assim como milhares de porto-alegrenses, conhece seu trabalho e sugeria o Título de Cidadão Emérito ao Sr. Aldo Ferreira como reconhecimento da sua história e abnegação.

A Câmara Municipal de Porto Alegre, a partir da sugestão do Ver. Airto Ferronato, aprovou por unanimidade do Plenário este título, que, na prática, a Cidade já lhe concedeu e que hoje a Câmara Municipal de Porto Alegre revalida através desta Sessão.

Sei que muitos que aqui estão conhecem a história do Sr. Aldo Flores Ferreira, o seu compromisso com as crianças e com os adolescentes. Talvez nem todos tenham informação de que o nome que construiu nesta área é fruto da longa trajetória de um homem que desde cedo soube valorizar o significado do trabalho e da solidariedade, desde muito jovem atuando, inicialmente, como "office boy", depois como guarda-livros, contabilista, desenhista. Foi como desenhista que foi aprovado com o primeiro lugar no concurso para a Secretaria de Obras, desenvolvendo com destaque essa profissão. Em todas as funções desempenhadas, a abnegação foi sempre uma marca do seu trabalho e sempre paralela à sua atuação profissional e à sua dedicação familiar, desenvolvendo o seu aprimoramento espiritual. Foi fundador do Centro Espírita Amigo Germano, responsável pelo atendimento de crianças e adolescentes, chegando a ser seu Presidente. Na busca de avançar a atuação para o atendimento de meninos de rua, divergiu daqueles que não priorizavam essa atuação. Busca, então, novos caminhos da filantropia, da ajuda, da assistência, criando o que hoje todos conhecem como Aldeia SOS, a Aldeia Infantil. Estava lançado, sim, um movimento que, na verdade, se transformava numa das questões centrais da sua vida, que Porto Alegre aprendeu a conhecer, a admirar e a contribuir.

Hoje homenageamos o Sr. Flores pela persistência de ter, desde o início de sua vida, vinculado sempre o trabalho e a formação espiritual não só a sua, mas a de todos aqueles que o cercavam, de todos aqueles que ele buscava encontrar nos seus caminhos. Trabalhador de 24 horas por dia, como dizem os seus amigos, sempre pronto a apoiar aqueles que o cercam como fundador da Entidade Amigo Germano, hoje é Conselheiro Deliberativo do Instituto Espírita Amigo Germano, a entidade mantenedora do Lar Amigo Germano. Foi fundador e é atual Presidente da Fraternidade Cristã-Espírita, entidade mantenedora da Aldeia Infantil Brasileira SOS, da Escola de I Grau Amigo Espinelli, da Casa de Juventude Alcinda Taborda Garcia, do Centro de Criatividades Pietro Baldi, da Creche Nemi e Colônia Nosso Lar. É ex-Diretor de "A Reencarnação", Boletim de Divulgação da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, ex-Presidente, por quatro gestões, da União Distrital da Sociedade Espírita da Zona Sul - UDESUL, e membro do Conselho Deliberativo da FEBEM, na qualidade de representante da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.

Hoje, aos 71 anos, com mais de trinta anos de serviço assistencial junto à Aldeia Infantil Brasileira SOS, Aldo Flores Ferreira viu passar por suas mãos três gerações de crianças atendidas naquela instituição, acreditando, acima de tudo, nos ideais de servir, como bem enfatizou em depoimento que foi convidado a fazer numa rede de televisão da nossa Cidade. O jovem Aldo, no passado, começou no momento certo, onde o humanismo, a fé e a determinação dos fortes eram necessários.

Hoje, quando se faz cada vez mais necessária a atuação na área da assistência para o resgate dos excluídos, Aldo Flores continua a sua luta no presente e trazendo para as gerações futuras o exemplo daqueles que buscam acolher a todos.

É com muita honra que presido a Sessão onde o senhor se torna, de direito, aquilo que já é de fato: um Cidadão Emérito de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O Ver. João Dib está com a palavra para falar pela Bancada do PPR.

 

O SR. JOÃO DIB: Sra. Vera. Clênia Maranhão, no exercício da presidência nesta solenidade; meu querido amigo Cezar Schirmer, Secretário do Estado da Agricultura e Abastecimento, que honra esta Casa com a sua presença; homenageados de hoje, Aldo Flores Ferreira e Antoninha Flores Ferreira; Srs. Vereadores; meus Senhores e minhas Senhoras.

Quando, citando as autoridades presentes, eu disse "os homenageados de hoje, Aldo Flores Ferreira e Antoninha Flores Ferreira", não cometi nenhum equívoco; é que ninguém recebe homenagem por ter feito algo sozinho. Aldo Flores Ferreira fez muito nesta Cidade, neste Estado, mas ele fez com a sua família, com a Dona Antoninha, com seus filhos, seus netos, que sempre estiveram presentes, junto com seus amigos para, nas horas de dificuldade, fazerem com que ele retomasse o ânimo e continuasse realizando em prol da comunidade, em prol da coletividade. Por isso eu falei nos dois, falei na família de Aldo Flores Ferreira, que também merece a nossa homenagem.

Ontem, a Assembléia completava 160 anos e Cândido Norberto dos Santos recebia homenagem como Deputado Emérito. Ele falava numa das emissoras de rádio, pela manhã, sobre o que ele considerava ser emérito. Realmente, eu penso que o título mais alto que esta Câmara outorga é o de Cidadão Emérito. Muitos pensam que é o de Cidadão de Porto Alegre. O emérito é aquele que está acima de muitas coisas, que pelo seu trabalho se destacou, e o Sr. Aldo Flores se destacou pela sua bondade, seu carinho, sua atenção para com seus semelhantes.

Neste momento, o senhor está vivendo um momento de glória, e é certo que sua vida teve muitos momentos de glória, de alegria, e esses momentos devem ser depositados na conta da nossa vida, porque há de chegar o momento em que não serão tão alegres e tão gloriosos e haverá necessidade de forças, além daquelas forças que os nossos familiares dão e além daquelas forças que já tenha reunido, e, nesse momento, o senhor vai descontar dessa força a glória e a alegria deste momento.

É claro que Aldo Flores Ferreira está sendo homenageado nesta Casa, hoje, por muitas razões. Não vou dizer a nenhum dos senhores o que ele fez porque o conhecem melhor do que eu e sabem mais do que eu tudo aquilo que ele fez. Sei que ele foi uma pessoa importante para as crianças em especial, mas foi importante para a sua coletividade, para os senhores que conhecem o dia-a-dia de Aldo Flores Ferreira. Não vou falar naquilo que ele realizou.

Quando me dirigia para cá, encontrei amigos que me deram uma poesia sobre o tempo e dei a eles uma poesia que gosto de mandar para as pessoas que gosto. E eu, que não sou declamador, em sua homenagem vou ler a poesia porque, em algum momento, alguma coisa que está escrita aqui o senhor deve ter sentido.

(Lê "Diante de mim", de Geraldo Eustáquio de Souza.)

"Aprendi a gostar de ser eu./A brincar comigo e a me levar a sério./A procurar o que me falta nem sempre encontrando o que eu procuro./E a não me apressar nem me deixar corromper nessa busca./Aprendi a fazer agora,/com o pouco que eu disponho,/sem esperar que as coisas que eu quero/aconteçam por si mesmas,/nem desistir de obtê-las/por 'força das circunstâncias'/ou ‘por falta de condições’.../Aprendi a insistir - mesmo vacilando,/a persistir - mesmo duvidando/ e a conviver sem medo nem culpa/com essa e outras contradições./Aprendi que a Vida não se pode guardar para depois.../Vida é uma chama que me chama a responder PRESENTE,/enquanto ela existe aqui e agora!"

Quantas vezes, por certo, o senhor viveu circunstâncias e condições que não eram aquelas imaginadas para ajudar os outros, mas o senhor entendia que tinha que persistir.

A outra poesia diz assim: (Lê "Vinheta", de Geraldo Eustáquio Gomes.)

"Desistir?/Eu já pensei seriamente nisso/mas nunca me levei realmente a sério./É que tem mais chão nos meus olhos/do que cansaço em minhas pernas./Mais esperança nos meus passos/do que tristeza nos meus ombros./Mais estrada no meu coração/do que medo na minha cabeça."

 

É isso que leva o nosso Cidadão Emérito de Porto Alegre Aldo Flores Ferreira a mais um passo na busca de solução para os problemas da sua comunidade e é por isso que a Câmara Municipal de Porto Alegre, ao outorgar a mais alta comenda que tem, espera que o senhor continue sempre trilhando a estrada que tem no seu coração, porque na sua cabeça não há medo. Esperamos que continue sempre assim, ao lado de sua esposa, de seus filhos, de seus amigos, muito feliz, pois assim estará fazendo feliz Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará em nome do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Exma. Sra. Vera. Clênia Maranhão, Presidente dos trabalhos nesta Sessão Solene em que a Casa cumpre a formalidade da declaração pública da Lei Municipal que determinou a outorga do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Aldo Flores Ferreira, a quem saúdo neste momento.

Representando o Partido da Frente Liberal, compareço à tribuna para enfatizar a alegria, a satisfação e, sobretudo, o privilégio que nós, representantes públicos desta Cidade, temos a partir do dia de hoje, quando V. Sa., meu caro Aldo Flores Ferreira, prestigia a galeria dos cidadãos eméritos de Porto Alegre com a inclusão do seu honrado nome, cujo exemplo, na sociedade porto-alegrense, deve, merece e está sendo enaltecido, até para que prosperem e para que possam surgir outros tantos homens como o senhor: dedicado, com tanto carinho, com tanto amor, com tanto espírito cristão, com tanta fraternidade a esta maravilhosa causa de apoiar o pequenino, a criança e o adolescente.

Ao saudá-lo também faço uma referência especial à sua esposa e companheira de jornada, a Sra. Antoninha Flores Ferreira, que ao seu lado recebe esta homenagem que Porto Alegre lhe tributa exatamente porque, lado a lado, ao longo de muito tempo, os dois têm partilhado desse trabalho meritório, digno, louvável e, com muito entusiasmo, pugnaram por essa causa tão meritória. É evidente que me cabe saudar os demais integrantes da Mesa, o que eu faço com redobrada satisfação na medida em que saúdo o Dep. Cezar Schirmer, meu particular amigo, homem que gostaria que hoje estivesse à testa da Prefeitura Municipal e só não está em função dos descompassos da vida. Saúdo, da mesma forma, os nossos companheiros de trabalho, especialmente o Ver. Clovis Ilgenfritz, 1º Secretário da Casa, e o Ver. João Dib, Líder do Partido Progressista Reformador, que já teve oportunidade de se manifestar.

Sr. Presidente, quando nós examinamos a história do Sr. Aldo Flores Ferreira, temos, de forma ampla e insofismável, todas as argumentações e precisaria um Vereador, um representante popular na esfera municipal, para escolher e para tributar a homenagem que a Cidade de Porto Alegre hoje está tributando. A par das qualidades morais, das características pessoais desse aprofundado espírito cristão do nosso homenageado, a sua vinculação a duas das mais meritórias obras que Porto Alegre conhece - o Lar do Amigo Germano e as Aldeias SOS - seria suficiente para, de forma absoluta, justificar, com toda a segurança e com toda a plenitude, o sentido desta homenagem. Aliás, o nosso querido Jornalista Firmino de Sá Brito Cardoso, permanente embaixador da Associação Riograndense de Imprensa e que nos acompanha em todas essas oportunidades, é a melhor testemunha que poderíamos invocar nesta hora, como também o  Ver. Pedro Américo Leal, que nos dá o prazer de comparecer a este ato neste exato momento, que nos honra com sua audiência e que é, da mesma forma que o Jornalista Firmino de Sá Cardoso, um dos paradigmas que temos utilizado aqui, na Casa do Povo de Porto Alegre, na medida em que a sua experiência como parlamentar nos autoriza a fazer isso.

Os homens se medem pelas condições objetivas que lhes oferece a vida social. Nós sabemos, em todos os proclames, que o nosso homenageado, pai de onze filhos, é um exemplo no que diz respeito à dignidade de um chefe de família. A tendência que nós temos - e isso tem, sistematicamente, sido notado no reconhecimento público que se faz das mais diversas pessoas que compõem a sociedade e que nela se destacam - é, muitas vezes, e na maioria das vezes, esquecer essa característica tão relevante do ser humano, que é essa condição que, por muito tempo, se entendeu como natural, de alguém ser um bom chefe de família, quando passamos a descobrir que a própria família, como instituição, começava a se deteriorar, porque o que era natural que todos o fossem, ou seja, um bom chefe de família, já passava a ser um fato que precisava ser consignado para exemplificar a necessidade de manutenção dessa instituição, base sobre a qual precisa funcionar uma sociedade organizada. Mas o nosso homenageado, não conformado em ser um exemplo de chefe de família, quis ampliar sua família, e ampliou, de forma expressiva, quando foi buscar vários pequeninos no Lar Amigo Germano, ou na Aldeia SOS, ou em várias outras instituições que são mantidas pelas entidades que ele dirige. Por isso, eu quero dar a dimensão da nossa homenagem, da figura humana de Aldo Ferreira porque, exatamente, é disso que a sociedade, o mundo, o nosso Estado e o nosso País estão precisando: pessoas que exercitam, na prática, o espírito cristão, que façam um testemunho diário, aquela plataforma de ação sobre a qual identificaram as suas obras.

Sabemos todos que hoje o País inteiro está envolvido em grandes debates a respeito de reformas das suas estruturas, das suas leis, de reformas da própria sociedade, onde todos nós vivemos, mas seguramente eu afiancio que nenhuma reforma será suficientemente forte se não tivermos a responsabilidade social entre os homens que integram o contexto nacional. E é exatamente nessa reforma social, nesse novo comportamento que nós postulamos para a sociedade brasileira, que nós encontramos um modo para dizer que, se alguém precisar levar adiante projetos sérios, que dêem o seu apoio à criança, ao menor e ao adolescente. Não precisará ir muito longe: venha a Porto Alegre, procure o Cidadão Emérito de Porto Alegre Aldo Flores Ferreira, e ele, certamente, poderá indicar o caminho, o caminho da condução de obras que, clara, objetiva e profundamente, contribuem para o espírito cristão, para a política não assistencialista, mas solidária, espiritual e material, num afã de dar a muitos aquilo que eles, em suas vidas, não conseguiram alcançar.

Por isso, Sr. Aldo, receba, de minha parte e do Partido da Frente Liberal, o nosso reconhecimento público e a nossa esperança de que o seu exemplo prospere, e que nós possamos, muito em breve, vir a esta tribuna entregar novos títulos de Cidadãos Eméritos de Porto Alegre a pessoas que sejam merecedoras desta honraria a tal ponto que seus exemplos as dignifiquem mais do que sejam dignificadas, na medida em que, para a galeria dos Cidadãos Eméritos de Porto Alegre, é uma honra ter o seu nome incluído. Meus cumprimentos e a nossa homenagem respeitosa do Partido da Frente Liberal. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA: Registramos a presença, desde o início desta Sessão, do Ver. Clovis Ilgenfritz, 2º Vice-Presidente desta Casa, e do Ver. Pedro Américo Leal.

Convido, neste momento, todos os presentes para assistirem, de pé, a entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Aldo Flores Ferreira.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

Concedo a palavra ao homenageado.

 

O SR. ALDO FLORES FERREIRA: Sra. Vera. Clênia Maranhão e Exmo. Sr. Deputado Schirmer, Secretário da Agricultura. Não poderia deixar de saudá-lo, amigo muito querido de longos anos.

(Lê.)

"Rogo-lhes vênia para expressar com rima,/Disciplinadamente, o sentimento/Que todo me domina, no momento,/Em que me galardoam inda em vida:/-Surpresa que me envolve em suave clima,/Em onda por demais confortadora,/Que aqui, destarte, me desperta, agora,/Esta emoção profunda, irreprimida./Não basta, entretanto, agradecer/Apenas verbalmente esta comenda/Com termos que aprendi em minha senda,/Produtos de experiência nobilitante./Tal circunstância está a envolver/A vida de um modesto cidadão,/Para animar-lhe a mente e o coração,/Como a dizer-lhe: ande, vá adiante!/Palavras? Não é o caso aqui de usá-las/Sem as reflexões recomendáveis,/A fim de que em eventos tão notáveis,/Não se transmudem em palavras vãs./Urge que se eliminem essas valas/Pejadas de ambições e de vaidade/(Coisas muito comuns à Humanidade)/E, empós, se usem tão só palavras sãs./Eu quero agradecer-lhes, vivamente,/A outorga desta insigne honraria,/Com obras que se façam dia a dia,/Como ensinou-me o Mestre no Evangelho;/Eu quero reafirmar-me, diligente,/Na prática do Bem, antes de tudo,/E a este transformá-lo em rijo escudo/Tal como me era em moço e ainda em velho./Aceito humildemente a distinção;/De fato essas coisas enternecem;/São títulos que a muitos envaidecem,/Que de todos reclamam base forte./Amparem-se, por isto, o coração:/Setenta e tantos anos... sempre ativo,/Paciente, de servir e amar cativo,/Disposto a agir assim além da morte!/E se me tolerarem mais um tanto/De versos, nos domínios deste evento,/Eu inda lhes diria, em brando acento,/Sem o rigor do estilo parnasiano:/ - Grato lhes sou e em função disto eu canto,/Eu creio em Deus e em Sua Excelsa Lei,/E no que é d’Ele e no que d’Ele eu sei,/E creio, assim, também, no ser humano!/Obrigado por tudo! Obrigado!/Obrigado por meus muitos amigos!/Obrigado por este e outros abrigos;/Pelos filhos da Vida e pelos meus!/Pelo amplexo desta urbe - obrigado!/Hosana, hosana ao Cristo Redentor!/Que nos cubram Sua Paz e Seu Amor!/Mil louvores à Terra, aos Céus e a Deus!" Obrigado. Muito obrigado a todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA: Com a palavra, o Sr. Laércio Guedes de Faria, regente do coral, para apresentar o Coral Jardim Izabel, formado por moradores da Zona Sul e da Aldeia SOS.

 

O SR. LAÉRCIO DE FARIA: É com grande prazer que participamos desta festividade tão importante, apresentando, carinhosamente, duas músicas. Queremos demonstrar toda a força da cultura que existe entre nós.

Agradecemos ao Sr. Aldo por ter-nos cedido a Casa de Chá SOS para que o coral pudesse ensaiar. Contamos também com a participação de dois de seus filhos: Edinho e Alexandra, que está com a palavra para prestar uma homenagem.

 

A SRA. ALEXANDRA: Estamos aqui hoje, alegremente, com os nossos cantores para prestar uma homenagem de carinho ao Sr. Aldo Flores Ferreira não só pelo título por ele recebido, de Cidadão Emérito, ma por ser este o nosso querido pai, pois sem ele não estaríamos aqui hoje.

 

(É feita a apresentação do Coral.)

 

A SRA. PRESIDENTA: Muito obrigada pela linda apresentação. Eu queria registrar uma correspondência, parabenizando o Sr. Aldo Flores Ferreira, do Conselho de Ordem dos Advogados de Brasília.

Agradecemos a presença do Dep. Cezar Schirmer, presente nesta solenidade. Queria dizer ao Sr. Aldo Flores Ferreira que foi um prazer muito grande poder presidir esta Sessão. Muito obrigada a todos.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h12min.)

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